Base Bíblica: Ap
3.13-22.
Morna
e perdida no tempo e na religiosidade, parte da igreja contemporânea tem
apresentado em sua conduta e atuação, semelhanças com a igreja em Laodicéia.
Uma igreja sem doutrina (pregação e ensino), sem compromisso com a genuína
adoração, sem compromisso com a evangelização e envolvida com as coisas
materiais (v.15-17). O Espírito convidara aquela igreja ao arrependimento e
revelara o grande amor de Deus mesmo repreendendo-a duramente (v. 19).

Não é
exagero admitir, que a igreja contemporânea tem evidenciado, pelo menos, quatro
marcas negativas em suas ações, afastando-se da Palavra e seguindo de maneira
ignorante e medíocre o curso desse mundo. Ignorância, misticismo, negligência e
apostasia são as armas que o mundo utilizar para “engessar” a igreja de Cristo
diante da sua missão. Por isso a Bíblia nos ensina que a nossa luta não é
contra carne nem sangue (Ef 6.12), ao mesmo tempo em que nos fortalece,
garantindo à igreja que as portas do inferno não prevaleceram contra ela (Mt
16.18). Devemos valorizar as Sagradas Escrituras, pois ela é o nosso único
manual de regra, fé e prática; Nelas encontramos a vida eterna e a plena
revelação do Senhor Jesus Cristo (Jo 5.39; 20.30,31; Rm 15.4; 1 Cor 4.6 cf. Dt
29.29). O Espírito Santo de Deus conclama a sua Igreja ao arrependimento, ao
amor e à experiência íntima, pessoal e verdadeira com o Senhor nosso Deus. Vivamos
o Evangelho puro! Voltemos à Palavra!
1 - IGNORÂNCIA
BÍBLICA (Ef 4.18).
1.1 - Falta
de conhecimento. Fruto da omissão e da falta de estudo criterioso e
da leitura devocional das Escrituras (Mt 22.29; Mc 12.24; Rm 10.2 cf. Os 4.6). É
também, a ausência de submissão e temor à autoridade e suficiência da Palavra
(2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.19-21 cf. Hb 4.12). Este embaraçoso caminho conduz o
cristão imaturo ou neófito, ao engano comum de “espiritualizar” todas as
coisas, atitudes e até decisões ligadas à vida pessoal.
1.2 - Dureza
de Coração. Resultado da recusa (rejeição) à verdade e aos
princípios estabelecidos pelo Senhor através da sua Palavra (Ef 4.18; 2 Tm 3.8;
4.3,4; Tt 1.14 cf. At 7.51; 28.27). Gerada pela incredulidade, a dureza de
coração culmina no fracasso espiritual e na perda irreparável de bênçãos que
somente no Senhor podemos alcançar (2 Cor 4.4 cf. Mc 10.5).
1.3 - Distorção
da genuína doutrina. Neste ponto, nos referimos especificamente
aos neófitos e indoutos, que por imperícia e inobservância bíblica distorcem a sã doutrina e se
deixam levar por todo vento de doutrina e artifícios humanos (Ef 4.14; 1 Tm
6.3; 2 Pe 3.16).
2 - MISTICISMO
RELIGIOSO (Ef 4.14).
2.1 - Religiosidade
falaz. Em meio aos equívocos e ao desinteresse pelo
estudo criterioso da Palavra de Deus, temos visto o aumento desenfreado de
elementos místicos e religiosos no ambiente de culto. Com uma visão distorcida
e insolente, a religiosidade cega “espiritualiza” as manifestações, experiências,
visões, revelações, sonhos e até objetos supostamente consagrados, atribuindo
aos mesmos, “valor” e “importância” que não se encontram nas Escrituras,
misturando a fé em Cristo com “crenças estranhas” (Cl 2.4,8,16-23; 1 Tm 6.3-10).
2.2 - Visão
mercantilista. O comércio da “fé” é uma das razões pelas quais
muitas denominações trazem escândalos ao evangelho, causando mal estar e até
rejeição à pregação pura e genuinamente bíblica. O cinismo de alguns em oferecer “objetos”
supostamente consagrados nos reporta às artimanhas dos hipócritas e fariseus a
serviço do engano e da promiscuidade espiritual (Mt 21.12,13; Mc 11.15-17; Lc
19.45,46; Jo 2.14-16).
2.3 - Fanatismo
religioso. Assim como a ignorância bíblica, o misticismo conduz
o crente indouto ao fanatismo religioso, ao “fardo” (cargas) e à
condescendência com as frequentes distorções causadas por aqueles que não têm compromisso
com a Verdade (Mt 23.4; Ef 4.14). Este resultado promove o rechaço às
Escrituras e o apego exacerbado as superstições.
3 - NEGLIGÊNCIA
ESPIRITUAL (Lc 9.62).
3.1 - Descaso
com a obra. Quanto à negligência, podemos observar que o
descuido e desatenção com as coisas de Deus é fruto da ausência do “espírito
voluntário” na vida dos crentes contemporâneos (Sl 51.17; 54.6; 2 Cor
8.16,17,22; Fm 1.14). A disposição e espontaneidade são características de um
cristão comprometido com as coisas de Deus (Ef 6.6,7; Fl 2.3). Porém,
infelizmente, não são poucos os que enveredaram pelo caminho da displicência,
fazendo a obra do Senhor de maneira fraudulenta e relaxada (Jr 48.10; Ne 13.11).
São tempos difíceis onde poucos se dispõem a pregar o evangelho (1 Cor 8.16,17;
Hb 2.3) e dedicar-se ao serviço cristão (Rm 12.11; Hb 12.28 cf. Sl 100.2).
3.2 - Descaso
com o culto. Está evidente nas Escrituras, que Deus não nos
“obriga” a servi-lo, mas também não recebe um culto (sacrifício) qualquer (Rm 12.1; 1 Pe 2.5 cf. Sl 51.16,17). Não há
relação entre Deus e aquele que tendo o melhor oferece o “qualquer” (Ml 1.14),
dedicando um sacrifício de tolo (Ec 5.1). O nosso culto é uma demonstração
pública do nosso amor, respeito e reconhecimento ao Senhor nosso Deus e,
portanto, devemos oferecer-lhe o melhor que temos (Gn 4.3,4; Mc 12.41-44).
3.3 - Apego
às coisas materiais. Uma das expressões mais usadas e conhecidas
em nosso meio é: “Não tenho tempo...”. Muitos estão sufocados com os cuidados,
riquezas e deleites da vida (Lc 8.14). Administrar o nosso tempo e os nossos
afazeres é uma das tarefas mais importantes da nossa vida cristã (Ef 5.15,16).
Deus está em primeiro lugar em nossas vidas, devemos buscar o seu Reino e
justiça e as demais coisas nos serão acrescentadas (Mt 6.33). Quanto ao
“cuidado”, a Bíblia nos ensina a confiar plenamente no Senhor (Sl 55.22;
127.1,2; Mt 6.25-34; Lc 12.21-31). Quanto à ansiedade, não vivamos inquietos
com coisa alguma; mas lancemos sobre o Senhor, porque ele cuida de nós (1 Pe
5.7 cf. Fl 4.6). O nosso Deus segundo as suas riquezas suprirá todas as nossas necessidades em glória, por Cristo Jesus (Fl 4.19).
4 - APOSTASIA
DA FÉ CRISTÃ (1 Tm 4.1,2).
4.1 - Obreiros
fraudulentos. A apostasia se evidencia no advento de falsos profetas,
ministros e apóstolos que tentam embaraçar a propagação do evangelho e enganar
a muitos (Mt 7.15; 24.24; 2 Cor 11.13-15; Gl 2.4; Fl 3.2; 2 Jo v.9); São homens
iníquos, amantes de si mesmos, inimigos do bem e blasfemadores do caminho da verdade, que atuam
segundo a eficácia de satanás (2 Ts 2.3-12; 3.1-5,13; 2 Pe 2.1-3).
4.2 - Doutrinas
humanas e demoníacas. A proliferação de tais doutrinas é resultado
do completo abandono da fé genuinamente cristã, atrelando doutrinas humanas e
diabólicas às coisas de Deus (Mt 15.9; Mc 7.7,8; 1 Tm 4.1,2). Esta é, sem
dúvidas, uma das razões pelas quais muitos naufragam na fé, tornando-se
escravos dos mandamentos e doutrinas humanas e diabólicas (Cl 2.8,20-22; Tit
1.10; Tg 3.15; 1 Jo 4.1; 2 Jo v.7).
4.3 - Mundanismo
à porta. Abertura ao mundanismo, fruto do pragmatismo e do
modismo em muitas igrejas, que há muito deixaram de fazer e ensinar o que é
certo e não o que “dá certo”. Por "pretextos", muitos se
afastam do verdadeiro sentido e contexto contido na Palavra de Deus. Não se
trata de "cantar" ou se apresentar em programas mundanos, não se
trata de beber, fumar, "drogar", "tatuar", pintar, roubar, matar,
prostituir... Trata-se de parecer mais com Cristo e menos com o mundo. Caso
contrário, é melhor rasgar (apagar) da Bíblia, textos como: Mt 5.13-16; Rm
1.16-32; 6.10-14; 12.1,2; 2 Cor 6.14-18; Gl 5.16-25; Ef 4.17-32; 5.1-20; Fl
1.27; Cl 3.1-17; 1 Ts 5.22; Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17.
Bíblia de Estudo Almeida. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada - Barueri - SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
Dicionário inFormal - Dicionário on-line web 2.0 brasileiro, 2006.
Por Elder Dayvid Morais.