Sobre o privilégio de haver
sido chamado por Deus para trabalhar na sua obra, sobre o uso adequado dos dons
espirituais e a vivência plena de uma vida cristã e espiritual, a Bíblia nos
alerta sobre os perigos da religiosidade falaz e falsa modéstia que maculam a
nossa relação com Deus. Em Romanos 12.3, lemos: “Não pense de si mesmo além do
que convém, antes, pense com moderação”. Não são poucas as recomendações do
Senhor nosso Deus acerca dos riscos de fracassos espirituais provocados pela
vaidade, orgulho e o egocentrismo no coração dos homens (Pv 3.7; Ec 7.16; Rm
12.16).

Não são poucos os que se
consideram “melhores” que os outros, onde tudo o que dizem, fazem ou pensam é
sempre mais importante dos que os outros dizem, fazem ou pensam. Isso é
resultado de um misto de vaidade e soberba que embriagam o coração de muitos,
inflando o ego e causando dependência de bajulação, lisonja e "reconhecimentos"
humanos. Paulo evocando o exemplo de Jesus, escrevendo aos filipenses, ensinou:
“Nada façais por contenda ou por vanglória (vaidade), mas por humildade; cada
um considere os outros superiores a si mesmo, de sorte que haja em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus (Fl 2.3,5).
Sabemos que humildade não se
compra, não se evidencia na "autopromoção" ou nas palavras de lisonja
ou bajulação, no entanto, podemos aprender com Jesus o que, de fato, é
humildade e mansidão, tornando-se assim, um genuíno agente de bênçãos e
edificação às pessoas ao redor (Mt 11.29). Não é contando histórias,
experiências pessoais ou testemunhos alheios que revelaremos um coração
humilde, pois isso nada mais é que puro exibicionismo, falsa modéstia ou
religiosidade falaz. De acordo com a doutrina de Cristo existe grande diferença
entre os fariseus e os verdadeiros adoradores, pois enquanto o fariseu tenta a
todo instante justificar a sua religiosidade, o “publicano” demonstra
arrependimento diante do Senhor. O alerta de Jesus nos aponta claramente a
soberba daqueles que “confiavam em si mesmos, por se considerarem justos e
desprezavam os outros” (Lc 18.9-14).
Certa vez, João Batista, um
dos maiores profetas e pregadores da justiça de todos os tempos, foi
questionado quanto à grandeza e alcance do seu ministério em “comparação” aos
ensinos e atributos do ministério de Jesus, em sua resposta encontramos a
beleza e o cerne, a essência da vida espiritual e ministério cristão: “Importa
que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.22-30). Portanto, ao invés da “exibição”
nos púlpitos e microfones, ao invés de ser uma coisa em rede social e outra em
casa ou na igreja, busque aprender de Jesus acerca da humildade e do verdadeiro
exemplo de vida espiritual. Voltemos à simplicidade do evangelho. Voltemos à
Palavra.
Pr. Elder Morais